O Workshop procurou compreender as estratégias das OSC para a Gestão da Resposta Comunitária tendo em conta a realidade actual. As reflexões tiveram como base de sustentação o Plano Nacional de Saúde Comunitária (PNS) e os Planos Estratégicos do VIH, Tuberculose e Malária.
Os participantes analisaram por sua vez o contexto actual das Organizações da Sociedade Civil a nível de cada Província; Aproveitaram o momento para identificar os desafios e oportunidades locais para a Gestão da Resposta Comunitária; Estabeleceram também estratégias para gestão das OSC na Resposta Comunitária considerando cada realidade e Reforçaram a parceria entre o Serviço Público de SIDA, Tuberculose e Malária e outras doenças, com as Organizações da Sociedade Civil a nível da Comunidade;
A Representante da ONUSIDA, Hege Wagan, agradeceu e encorajou a participação das Organizações intervenientes na luta contra as 3 doenças, a SIDA, Tuberculose e Malária, designadamente, o Fundo Global, o MCN, OSC, ANASO, ONUSIDA, Ministério da Saúde. Referiu-se a necessidade de conjugar esforços para a efectivação da Declaração Política Global de Saúde, que prevê a erradicação do VIH até ao ano 2030, bem como a implementação da estratégia 30-80-60; culminando com a expectativa de que o Workshop venha produzir estratégias para a operacionalização do respectivo Plano Estratégico.
A Directora Geral do INLS, Dra. Lúcia Furtado apelou inicialmente à importância da representatividade feminina nas actividades de luta contra a SIDA, Tuberculose e Malária, tendo em conta a singularidade das suas habilidades. A capacitação das mulheres pode facilitar a obtenção de uma melhor resposta comunitária a estas doenças. Reiterou a importância de utilizar como base de trabalho, os documentos orientadores (Plano Nacional de Saúde Comunitária e os Planos Estratégicos do VIH, TB e Malária. Lembrou que o Governo tem adotado estratégias para melhorar o combate às endemias citando como exemplo o VIH que anteriormente o tratamento era feito em 3 doses diárias, passando actualmente para 1 dose uma vez por dia.
A transmissão de mãe para filho, teve uma redução substancial e houve uma maior priorização das Províncias.
Para a Directora, os grandes desafios que impedem a realização dos objetivos, prendem-se com a dificuldade de alimentação de muitos utentes e a falta de transporte, factores que limitam a facilidade de acesso ao tratamento. Quanto aos indicadores Múltiplos de Saúde, até Junho de 2024, será apresentado um Relatório preliminar, que vai ajudar a redefinir as actuais estratégias.
Relativamente aos indicadores de impacto, pretende-se reduzir os índices de transmissão, de 15% para 6%, contando muito com a intervenção e apoio das OSC.
Lembrou que no programa 90-90-90, apenas o primeiro pilar foi alcançado ao nível de 56%, estando a trabalhar nas outras dimensões. Na sua conclusão, reiterou a importância da inclusão feminina e populações-chave na luta contra a SIDA, TB e Malária.
Na sequência, a Dra. Ana Ruth Presidente do Mecanismo de Coordenação Nacional procedeu a abertura do Workshop, tendo reiterado a importância de incluir grupos minoritários, às vezes “negligenciados”, tais como a população prisional, nas acções de luta contra SIDA, Tuberculose e Malária. Ao nível da Instituição que dirige, reafirmou o comprometimento de trabalhar com estes grupos. Segundo a Presidente do MCN as OSC têm um papel relevante por estarem mais próximo das Comunidades, razão pela qual, o seu fortalecimento por intermédio de iniciativas como este Workshop ser de capital importância. Prosseguindo, Ana Ruth reafirmou que os conhecimentos aqui partilhados vão contribuir para o enriquecimento dos respectivos Planos Estratégicos. Não há saúde sem o trabalho com as Comunidades. As acções das OSC devem ser reflectidas olhando sempre para os objectivos globais como as metas 90-90-90, sobretudo com uma visão resiliente e sustentável. Apelou que a realização deste propósito dependerá de esforços conjugados de todos os actores sociais. Terminou manifestando a sua expectativa de ver produzido por este Workshop, um documento que vai contribuir para a operacionalização dos Planos Estratégicos Nacionais (PEN).
A ANASO é uma resposta inter Organizações de mais de 28.350 activistas contra os problemas da SIDA, TB e Malária em Angola.